"Quando criança, enfrentei uma perda irreparável: a morte do meu pai, que ​ocorreu quando eu tinha apenas 10 anos de idade. Meu pai era marchante e ​vendia carne de porta em porta em uma carroça. Para sustentar nossa família ​de 6 filhos (sendo que duas filhas já eram casadas), minha mãe teve que se virar ​de várias maneiras. No total, por parte de pai, tenho 21 irmãos, pois faço parte ​do segundo casamento.

Aos 8 anos, comecei a ajudar meu pai com o abate dos animais e a sair para ​vender de porta em porta. Aos 10 anos, tive que ajudar meu irmão mais velho a ​dar continuidade ao trabalho do meu pai. Para ajudar, íamos para a Ceasa com ​minha avó pegar as frutas descartadas pelos comerciantes para ajudar na ​alimentação. Além disso, vendia adubo no Planalto e no José Walter para ganhar ​um dinheiro extra.

As coisas foram melhorando com a venda de carne. Em uma bicicleta, fazia as ​vendas e as entregas, e cada vez mais as coisas iam dando certo. Depois, ​consegui comprar uma moto, o que agilizava as entregas. Abri um comércio de ​cereais e carnes na casa da minha mãe, e nos finais de semana ia para a feira do ​bairro onde nasci e moro até hoje. Nunca morei em outro bairro, tenho 43 anos ​de idade.

Cheguei a fazer uma prova para um concurso público, mas decidi dar ​continuidade ao empreendedorismo. Há 14 anos, abri meu primeiro frigorífico, ​que leva o nome pelo qual sou conhecido popularmente, Chiquinho dos ​Carneiros. Hoje, também atuo como empreendedor no ramo imobiliário. Sou ​casado há 20 anos com Lúcia Lira, e temos três filhos: Pedro Baltazar (em ​homenagem ao meu pai), Ana Júlia e Isadora."

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